15º ano do maldito tabu que atormentou a torcida corintiana entre1954 e 1977, 1969 talvez tenha sido um dos anos mais agitados da história do Corinthians no campo e na arquibancada. E tempo de grandes provações para a Fiel.
Tudo começou com uma tragédia. Na saída dos torcedores após uma vitória por 4x2 contra o São Paulo no ainda inacabado Morumbi no dia 2 de março, um som que nunca ninguém soube o que foi realmente, raio ou bomba aterrorizou os torcedores alvinegros localizados na arquibancada superior. Centenas de torcedores caíram de uma altura de aproximadamente 7 metros. O torcedor João Benedetti, de 40 anos, morreu.
Essa tragédia deixou muitos torcedores ressabiados. A chamada "torcida da curvinha" tomava desde o ano anterior uma posição contrária à ditadura vigente no país. Seus membros sofriam retaliações constantes. Estes mesmos torcedores fundariam meses depois a Gaviões da Fiel, maior torcida organizada do país nos dias de hoje. E que sofreria ainda mais retaliação por parte dos bravos e valorosos agentes do DOPS nos meses seguintes.
Mas o pior estava por vir. O Corinthians liderava com folgas o estadual, inclusive com vitórias convincentes sobre o Palmeiras e o Santos, de Pelé. Porém, no fatídico 28 de abril uma tragédia abala toda a coletividade alvinegra: Depois de empatar por 1 a 1 com o São Bento, em Sorocaba, o Corinthians retornou à capital paulista. Do Parque São Jorge, os dois maiores destaques do time naquela competição estadual, o lateral direito Lidú e o ponta esquerda Eduardo , cotadíssimo para disputar a Copa do Mundo no ano seguinte, resolveram comer uma pizza nos arredores do Canindé, o estádio da Portuguesa. Mas não chegariam ao restaurante: na Marginal Tietê, Lidú perdeu o controle de seu Fusca, que chocou-se violentamente contra uma das pilastras de sustentação da ponte da Vila Maria . Os dois morreram na hora.
De luto, o clube pede junto à Federação Paulista de Futebol a inscrição de dois novos jogadores fora da época de inscrições. Dos 20 clubes da primeira divisão daquele ano, 18 aceitam. Menos o Palmeiras por meio de seu presidente Delfino Facchina. Wadih Helu, saiu da reunião dizendo aos quatro ventos que o mandatário verde era "porco". Foi a senha para que, no jogo seguinte contra o time verde, a torcida do Corinthians soltasse um porco de verdade no meio do campo. O apelido ficaria marcado para sempre.
Abalado e desconfigurado, o Corinthians cai de tal maneira no returno do campeonato, que acaba em quarto lugar. No Robertão, embrião do Campeonato Brasileiro o Corinthians disputou o título com o Palmeiras rodada por rodada. Chegou na última em primeiro lugar e precisava vencer o Cruzeiro no Mineirão para sair campeão. O time verde precisava vencer o Botafogo em São Paulo e torcer por um tropeço corintiano.
Foi a primeira grande invasão da torcida do Corinthians. Cerca de 10 mil corintianos compareceram ao Mineirão para apoiar o time. Porém, Tostão abriu o placar com 1 minuto de jogo. Rivellino ainda empataria, mas O Palmeiras naquele momento já vencia o Botafogo, obrigando o Corinthians à vencer o jogo. No desespero, o Timão abriu espaços. Dirceu Lopes matou o Corinthians em um rápido contra-ataque celeste. Na volta da Fiel, São Paulo acordou com gritos de "CORINTHIANS!" às 7h da manhã de uma segunda-feira. O título não veio, mas a torcida estava ali e o recado estava dado.
1969 não foi o ano mais importante da história do Corinthians. Mas é inegável que tenha sido um dos mais marcantes. E nosso rival? Bem, ficou com as taças. Mas sem a dignidade.
AQUI É CORINTHIANS ! mto bom o blog, gostei. Peço que siga o meu tb kk http://racaetradicao.blogspot.com/ obg, saudações alvinegras.
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