sábado, 30 de abril de 2011

Pré-Jogo: Palmeiras x Corinthians - Não é apenas mais um jogo

Júlio César, Leandro Castán e Marcelo Oliveira comemoram a vitória no último Derby. Que essa cena se repita amanhã


Depois de 8 anos, voltaremos a encontrar o nosso maior rival em uma partida decisiva. 11 anos após a fatídica decisão por pênaltis na Libertadores de 2000, Scolari estará no banco dos sujos novamente. O Pacaembu contaá com 30 mil suínos contra 2 mil alvinegros, fato inimaginável. Ingredientes que apimentam um clássico com 94 anos de história.


Na partida anterior, contra o Oeste, Tite talvez tenha achado a formação ideal. Mas não irá colar ela em campo. Além de Bruno César, que apésar dos gols perdidos, teve uma boa atuação, Willian merecia uma vaga de titular no lugar do Samambaia Man, que não vem jogando nada há tempos. Tomara que o gaúcho perceba a burrada antes que seu conterrâneo de jaqueta verde veja.


A defesa é outra preocupação. Chicão e Leandro Castán cometem falhas infantis a cada jogo. Em um clássico decisivo, isso pode pesar. As últimas partidas no Pacaembu, contra São Caetano e Oeste ganharam uma dramaticidade desnecessária. E o Júlio César que estará no gol amanhã tem que ser o do clássico pós-eliminação da Libertadores. Não o dos últimos jogos.

Pelo lado verde, Kléber é o jogador com o qual mais devemos nos preocupar. Ao contrário do chutador no vácuo, o camisa 30 deles está decidindo as partidas. E o jogo da primeira fase mostrou que o lado esquerdo, defendido por Thiago Heleno (!) e Rivaldo é o Mapa da Mina.

Historicamente eles levam a melhor sobre nós em momentos decisivos. Mas o último mata-mata foi vencido pelo Corinthians. E eles não vencem a gente no Pacaembu desde 1995. A Fiel não estará lá em um número significativo, mas os jogadores devem jogar pelos 30 milhões de alvinegros do lado de fora.  E entenderem que o jogo de amanhã se trata de algo muito mais importante que uma reles semifinal de Campeonato Paulista. É guerra!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

1969 - O ano do porco

 
15º ano do maldito tabu que atormentou a torcida corintiana entre1954 e 1977, 1969 talvez tenha sido um dos anos mais agitados da história do Corinthians no campo e na arquibancada. E tempo de grandes provações para a Fiel.

Tudo começou com uma tragédia. Na saída dos torcedores após uma vitória por 4x2 contra o São Paulo no ainda inacabado Morumbi no dia 2 de março, um som que nunca ninguém soube o que foi realmente, raio ou bomba aterrorizou os torcedores alvinegros localizados na arquibancada superior. Centenas de torcedores caíram de uma altura de aproximadamente 7 metros. O torcedor João Benedetti, de 40 anos, morreu.

Essa tragédia deixou muitos torcedores ressabiados. A chamada "torcida da curvinha" tomava desde o ano anterior uma posição contrária à ditadura vigente no país. Seus membros sofriam retaliações constantes. Estes mesmos torcedores fundariam meses depois a Gaviões da Fiel, maior torcida organizada do país nos dias de hoje. E que sofreria ainda mais retaliação por parte dos bravos e valorosos agentes do DOPS nos meses seguintes.

Mas o pior estava por vir. O Corinthians liderava com folgas o estadual, inclusive com vitórias convincentes sobre o Palmeiras e o Santos, de Pelé. Porém, no fatídico 28 de abril uma tragédia abala toda a coletividade alvinegra: Depois de empatar por 1 a 1 com o São Bento, em Sorocaba, o Corinthians retornou à capital paulista. Do Parque São Jorge, os dois maiores destaques do time naquela competição estadual, o lateral direito Lidú  e o ponta esquerda Eduardo , cotadíssimo para disputar a Copa do Mundo no ano seguinte, resolveram comer uma pizza nos arredores do Canindé, o estádio da Portuguesa. Mas não chegariam ao restaurante: na Marginal Tietê, Lidú perdeu o controle de seu Fusca, que chocou-se violentamente contra uma das pilastras de sustentação da ponte da Vila Maria . Os dois morreram na hora.

De luto, o clube pede junto à Federação Paulista de Futebol a inscrição de dois novos jogadores fora da época de inscrições. Dos 20 clubes da primeira divisão daquele ano, 18 aceitam. Menos o Palmeiras por meio de seu presidente Delfino Facchina. Wadih Helu, saiu da reunião dizendo aos quatro ventos que o mandatário verde era "porco". Foi a senha para que, no jogo seguinte contra o time verde, a torcida do Corinthians soltasse um porco de verdade no meio do campo. O apelido ficaria marcado para sempre.

Abalado e desconfigurado, o Corinthians cai de tal maneira no returno do campeonato, que acaba em quarto lugar. No Robertão, embrião do Campeonato Brasileiro o Corinthians disputou o título com o Palmeiras rodada por rodada. Chegou na última em primeiro lugar e precisava vencer o Cruzeiro no Mineirão para sair campeão. O time verde precisava vencer o Botafogo em São Paulo e torcer por um tropeço corintiano.

Foi a primeira grande invasão da torcida do Corinthians. Cerca de 10 mil corintianos compareceram ao Mineirão para apoiar o time. Porém, Tostão abriu o placar com 1 minuto de jogo. Rivellino ainda empataria, mas O Palmeiras naquele momento já vencia o Botafogo, obrigando o Corinthians à vencer o jogo. No desespero, o Timão abriu espaços. Dirceu Lopes matou o Corinthians em um rápido contra-ataque celeste. Na volta da Fiel, São Paulo acordou com gritos de "CORINTHIANS!" às 7h da manhã de uma segunda-feira. O título não veio, mas a torcida estava ali e o recado estava dado.

1969 não foi o ano mais importante da história do Corinthians. Mas é inegável que tenha sido um dos mais marcantes. E nosso rival? Bem, ficou com as taças. Mas sem a dignidade.

terça-feira, 26 de abril de 2011

40 anos do maior Derby de todos os tempos



"Mas nessas poucas vitórias, Algumas sensacionais, A gente esquece de tudo. Não desanima jamais..."

Paulinho Nogueira provavelmente se inspirou neste jogo aparentemente insignificante de 25 de abril de 1971, válido pela fase de classificação do Paulista daquele ano para compor este trecho da música "Meus 20 Anos", em 1974 quando o Corinthians já completava duas décadas sem um grande título. Um Corinthians x Palmeiras ralizado em um domingo gélido de abril, com um público "pequeno" de aproximadamente 60 mil pagantes, com os alvinegros no auge e sozinhos em uma fila praticamente interminável (o São Paulo havia quebrado seu jejum de títulos no ano anterior).


A conhecida "Academia" do rival, com Ademir da Guia, Dudu, Leão, César e a leva toda era favorita para mais uma vitória contra o Corinthians, que vinha mal na competição. E logo no começo da partida, César Maluco trata de abir 2x0 para o time verde em 4 minutos. O massacre era inevitável.

O Corinthians, que contava com os tricampeões mundiais Ado, Rivellino e Zé Maria conseguiu segurar o ímpeto alviverde nos minutos restantes da primeira etapa. Mas as perspectivas alvinegras não eram nada boas.

Mirandinha, centroavante que ficaria marcado por uma lesão gravíssima sofrida em São José do Rio Preto quando defendia o São Paulo trouxe nova vida ao Corinthians com um gol no início da segunda etapa. O técnico Francisco Sarno então, resolveu ousar: Tirou o experiente atacante Samarone e lançou o jovem Adãozinho, que fazia sua estreia como profissional.

As 24 minutos, Adãozinho entrou para a história do confronto, com um golaço, num impressionante chute de 40 metros. No minuto seguinte, porém, Leivinha colocou o Palmeiras em vantagem com outro bonito chute, mas fechando uma sequência espetacular, Tião, aos trancos e barrancos, deixou tudo igual de novo no placar. O Corinthians conseguia buscar um empate outrora inacreditável.

Mas o melhor estava para o fim, quando Mirandinha aproveita um bate-rebate no meio da área e fuzila o goleiro Leão. Corinthians 4x3 Palmeiras. Uma virada inacreditável. Para completar, em confusão na saída de jogo, Rivellino e Leivinha são expulsos. A Fiel presente ao Morumbi provavelmente não viu essa cena. Estava em completo êxtase tremulando suas bandeiras.

Este jogo memorável completa 40 anos na semana de mais um Derby importante na nossa história. Qu os jogadores entrem com o espírito de 1971. Pois um Corinthians x Palmeiras é muito mais que um simples jogo.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Clássicos de verdade em São Paulo?

No próximo domingo, Corinthians e Palmeiras definem no Pacaembu quem enfrentará São Paulo ou Santos na final do Paulistão. Até aí, tudo bem, mas com um detalhe: A torcida alvinegra terá a opotunidade de comprar apenas 2.400 entradas, ficando no popular "chiqueirinho" do Estádio Municipal.


Pouco importa de quem seja a decisão. Palmeiras, MP, a "valorosa" e "valente" Polícia Militar, ou até o Corinthians, com seu complexo idiota de não jogar no salão de festas, cujo dono, aliás, é a síntese da viadagem completa do futebol de hoje. Não pelas plumas e paetês, mas pelo modismo.


 A graça de ver um clássico em São Paulo sempre foi a divisão igualitária na arquibancada e a gana para cantar mais alto que seu rival. Como a torcida corinthiana fez nos momentos finais da final do Brasileirão de 1994, mesmo com o título praticamente em mãos alviverdes. A tensão de sair de casa e encontrar ou não grupos gigantes da torcida rival. Vagões de trens e ônibus da CMTC tortos e com torcedores até no teto. Isso virou cena de arquivo. De um passado até recente, mas que parece distante.

   
Zinho e Henrique disputam a bola durante a final do Brasileiro de 1994, em um Pacaembu dividido
 

As arquibancadas paulistas morreram aos poucos. Antigas lideranças de todas as torcidas se afastaram. Novos torcedores com mentalidade de baladinha e não arquibancada, vieram. Alguns acham até legal que a torcida rival tenha só meia-dúzia de pessoas no estadio. A velha escola e até os jovens que  aprenderam cm os mais velhos o que é uma arquibancada de verdade sabe que isso é extremamente maléfico. Uma afronta à verdadeira essência do futebol

sábado, 23 de abril de 2011

Corinthians 2 x 1 Oeste - De olho no rival

Willian comemora seu gol com a Fiel: Atacante mostrou que merece lugar no time


Jogando um futebol não muito diferente do jogado durante toda a primeira fase do Paulistão, o Corinthians bateu o Oeste por 2x1 na noite deste sábado, no estádio do Pacaembu, garantindo vaga nas semifinais do campeonato.  A equipe soube superar o momento adverso e a pressão as arquibancadas que já começava a se formar.

Como na maioria dos jogos da Era Tite, o Timão pressionou no início e desta vez, encontrou o gol por intermédio de Liedson, que finalmente contou com a eficiência do setor de armação, no caso, de Paulinho, que acertou um belo passe para o camisa 9 alvinegro. Depois disso, as velhas deficiências e gols inacreditáveis perdidos impediram a definição do resultado já no primeiro tempo.

O que o time e nem a torcida esperavam era uma falha clamorosa de seu sistema defensivo já no final da primeira etapa. Júlio César e Chicão brincaram com a bola após um tiro de meta e Fábio Santos empatou o jogo com um chute fraco e defensável.


O segundo tempo começou com um Corinthians comandando as ações do jogo, mas sem comando próprio. A contusão de Dentinho e a entrada de Willian mudaram este panorama que já ganhava ares dramáticos.  O ex-jogador do Figueirense aos 19 minutos fez o gol da classificação em excelente jogada individual.

 
Classificação garantida, cabeça de todos voltada para um possível confronto contra o time de Perdizes.  Se pintar, será o primeiro em oito anos. Mas isso, iremos ver de camarote neste domingo. Mas com preocupação pelos erros infantis de hoje.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Pré Jogo: Corinthians x Oeste - Os erros que minaram a nossa confiança

O Corinthians que entrará em campo amanhã para a partida contra o Oeste, válida pelas quartas de final do Campeonato Paulista às 18h30 não inspira confiança no torcedor.  E não é pelos nomes que estarão em campo, já que o nosso filósofo na pele de treinador escalou o que a gente tem de melhor, incluindo a volta do já vendido Bruno César no lugar de Morais. A equipe de Itápolis foi derrotada com facilidade na partida da primeira fase do Pacaembu e não conseguiu marcar gols nas equipes grandes,  quando estas jogaram com os titulares. O problema é bem maior. Desde 2009, uma sucessão de erros minou o Corinthians em todos os aspectos.


 Bruno César, que está vendido ao Benfica, volta ao time titular neste sábado


               Primeiro logo após o título da Copa do Brasil, Em julho. Mário Gobbi dizia que futebol era “bizinis” e que a voz da arquibancada era ignorante, após a majoração do preço dos ingressos para o Basileirão daquele ano.  Falou que isso manteria um time forte. A venda de três titulares do time vitorioso do primeiro semestre daquele ano a preço de banana desmentiu a tese.  Cristian, jogador com grande identificação com a torcida chorou na sua última coletiva como jogador alvinegro. Sanchez minimizou as declarações do volante, dizendo a frase que foi desmentida em várias oportunidades por dirigentes de outros clubes em atos: “Jogador quando quer sair, ninguém segura”.


           Ali, o “planejumento” para o ano do centenário ganhou ares de pastelão. O desprezo pelo campeonato brasileiro também deixou o torcedor com um pé atrás. Aliás, torcedor complacente demais com jogadores que andavam em campo, e que, naquele campeonato, sofreram cinco derrotas no Pacaembu.  Um relaxamento perigoso de uma torcida que nunca ficou parada para nada, em nenhum momento nos 100 anos de história do clube.

 Cristian e Douglas, além de André Santos saíram sem nenhuma resistencia

          2010 chegou e o centenário do clube de maior torcida da maior cidade da América Latina foi levado com um amadorismo extremo de todos. Um time nitidamente desentrosado se desenhava, mas mesmo assim o treinador não ligava para os resultados ruins, que se confirmaram primeiro com uma eliminação no campeonato estadual.  Uma primeira fase ilusória contra times fracos na Libertadores apagava tudo.  Até a supervalorização do torneio, que ficou latente no foguetório feito pela diretoria no início do primeiro jogo, o que rendeu um gol ao frágil Racing de Montevidéu. Nas arquibancadas, o conformismo continuava.

          Talvez os aplausos ao fim da partida contra o Flamengo, que consumou uma eliminação anunciada tenham feito muito mal ao clube. Ali, estávamos avalizando a vagabundagem e a falta de comprometimento de alguns jogadores com o clube. A equipe que lutou pelo título brasileiro naquele ano mostrou isso em momentos decisivos, como a série de sete partidas sem vitória, que custou o campeonato.  Ali a Fiel começou a agir com energia, mas já era tarde. O vírus já estava espalhado.

           As declarações arrogantes dos dois “selecionáveis” após o empate contra o Goiás que custou a vaga direta na Libertadores dizendo que a Pré–Libertadores contra um time colombiano desconhecido era barbada deram o tom do que estava acontecendo. Desleixo total, departamento de futebol perdido e aplausos falsos diretamente da arquibancada, que pareceu esquecer a essência de ser Corinthians.

            Tudo isso nos leva a um 2011 que, por enquanto, é um dos piores anos da história alvinegra.  A campanha medíocre do Deportes Tolima (aquele colombiano desconhecido) na fase de grupos da Taça Libertadores potencializou um vexame que já foi grande. A torcida se revoltou após a eliminação, mas entrou em uma depressão poucas vezes vista na história alvinegra.  A campanha cambaleante na fase inicial do estadual colaborou com isso. Apesar de decisivo,  o jogo contra o Oeste não causa euforia para a Fiel. Traz sim, uma aura de preocupação.  Por tudo o que aconteceu, não dá pra confiar nos 11 jogadores que envergarão o manto sagrado amanhã. A força terá que vir das arquibancada, que talvez também  tenha aprendido com seus erros nos últimos anos.
 Vitória por 3x0 na fase inicial para um Pacaembu vazio, cena comum neste campeonato

Aqui é Corinthians

Este blog tem como função alimentar a paixão e a vibração de nossas almas pelo Corinthians. Um espaço feito para quem é realmente fanático e vive o futebol intensamente. Se você acha que o futebol é apenas um jogo ou uma diversão, por favor, não perca seu tempo. Futebol é muito mais que uma questão de vida ou morte, como diria Bill Shankly, técnio escocês do Liverpool nas décadas de 60 e 70. Aqui se vive o futebol, aqui se vive a arquibancada.

Resgatemos o espírito e alma corintiana. Resgatemos o velho LHP, dos Gaviões, instituição que me orgulho muito de fazer parte. Em momentos oportunos comentarei a minha tristeza em ver a falta de Humildade e Procedimento nas arquibancadas. É preciso respeitar a história do alvinegro, é preciso respeitar quem vive a arquibancada há mais tempo.
 
O Corinthians não é para os modinhas. A tradiçao do alvinegro deve ser respeitada!

Abaixo para quem quiser entender o espírito do blog:

"Some people believe football is matter of life and death.
I'm very disappointed with that attitude.
I can assure them it's much, much more important than that."
Bill Shankly, técnico do Liverpool nas décadas de 60 e 70.

"Alguma pessoas acreditam que futebol é uma questão de vida ou morte.
Eu estou muito desapontado com essa atitude.
I posso garantir que é muito, muito mais importante que isso."
Bill Shankly, técnico do Liverpool nas décadas de 60 e 70.

AQUI É CORINTHIANS!